JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA: O PRÍNCIPE DOS ESCRITORES BRASILEIROS 4
Poemas
A LIRIAL CANDURA DAS SENHORAS DA TERCEIRA IDADE
A MARINHA PRESENTE EM TODO O UNIVERSO
A morte de Roberto Marinho enlutou o mundo
A MORTE DO PAPA ENLUTOU O MUNDO
À MOSTRA AS VÍSCERAS NECROSADAS DOS PODERES
Do Rumo ao Mar ao infinito vôo para a eternidade
FLOR DO MAL AO INVÉS DE FLOR DE LIS
Os excluídos ou párias
Os hediondos crimes
Para que serve um almirante
Parceria com DEUS
Pátria agonizante
Pedestal vazio
Pela Liberdade a propria vida
Perfeito manequim
Poema a Fragata Bosisio
Poema à Mestra
Poema ao Almirante
Poema ao Santo Papa
Poema para a deidade triste
Poeta, simplesmente
Porteiro - O anjo da guarda
Prece marinheira
Professora
PROSTITUTA
Quando o bronze vale
Divinal poesia para angelical
Odisséia das Marinhas
Os abutres da Pátria
Quando o gigante despertar
QUÃO DIVINA É A SANTA
QUEM SOU EU
Rev.mortos 2ªGuerra-96
Selvageria na capital
Ser marinheiro
Sete de Setembro
Sorriso x extrema-unçao
Tamandaré - 1994
Tamandaré - 1995
Tamandaré - da Marinha o Patrono
TERÁS TU O PRIVILÉGIO
Toque de silencio
Trib.2ª Guerra-1995
Tributo à ASSM-1997
Tributo à Maria Japona
Tributo à Marinha
TRIBUTO À MEMÓRIA DO ALMIRANTE
Tributo Alm.Alexandrino
Tributo ao Alm. Tamandaré
Raça negra
Reminiscencias marinheiras
Ressurreição da Aviação Naval
RESSURREIÇÃO TRIUNFAL
Retrato 3x4#
Nossa Bandeira - Símbolo da Fé e da Esperança1
Gari - o servidor que embeleza as ruas
500 anos de Brasil sem suas riquezas
A beleza de seus cabelos soltos
A divindade que fascinou a minha alma de poeta
A espada, a pena e a cruz
A indiferença pelo flagelo da fome
A outra santa de minha devoção
A poesia imortaliza o genio - Tom Jobim
Acabou-se o meu brinquedo
Acad. Marica - Vergel de DEUS
Acad.Marica - ode aos 20 anos
Adeus à poesia
Adeus às ilusões
Almirantado da gola
Almirante Alexandrino - Patrono da ASSM
Asas e glórias para a AviaçãoNaval
Bat.Naval Riachuelo 1994
Bodas de Ouro
Brado sem eco dos sem-terra
BRASIL- a um passo do abismo
Brinquedo do Destino
CAF - Vergel da Marinha
Caminhos para a eternidade
Crimes habituais que ferem os brios nacionais
D E U S
Da Marinha o CAFRM é o ramalhete
DE LUTO PERMANENTE O EXÉRCITO
DE SAUDADE UM ANO DO ALMIRANTE
Desagravo à Marinha do Brasil
Despedida de permanente saudade
DESPEDIDA E SAUDADE
Dia da Criança
Dia da Vitoria - 1996
Dia da Vitória da 2ª Guerra Mundial
Dia Mundial da Vitória
Dia Nacional do abraço
Epicédio Homenagem
Exaltaçao à Vitoria
Clube Subt. SGs Exercito
Como será o mundo sem o encanto da criança
CPI
Criança pobre - mártir da fome
Criança sem esperança
Imagem de Mãe
Infancia prostituída - nação combalida
Luto nacional por chefe naval
MÃE
Mãe - Consagração da vida
Mãe - Poesia de DEUS
Manequim de gesso
Mar - Túmulo e Altar de heróis
Marinha - seu Patrono e suas glórias
Memoravel Dia da Vitória
MINHA CRUZ DE ROSAS
MINHA PRIMEIRA MESTRA
Monumento nacional à impunidade
MORADORES DE RUA
Morre-se- de amor ou por amor se morre
Na Catedral dos Sonhos o seu altar
No toque das taças do CAF
No toque de silêncio no Panteão
FRAUDES E CORRUPÇÃO
Gotas de lagrimas
Grat. - memoria Marinha seus herois
Gratidão Memória da Marinha
O beijo que escraviza
O fiel retrato da beleza
O mar como sepultura
O Pretenso Poeta e Sua Musa
O sangue dos heróis - preço da liberdade
Ode ao chefe dos quilombos de Palamares
10050AU5001A
Ode ao Patrono da Marinha
Tributo ao Almirante Carvalhal
Tributo ao Almirante Paulo Bosísio
Tributo ao cruzador Tamandaré
Tudo por seu gesto de ternura
VINGANÇA DO DESTINO
Virgem Mãe Santíssima
A LIRIAL CANDURA DAS SENHORAS DA TERCEIRA IDADE
José Augusto de Oliveira
Qual irrequieta borboleta que nos vales voa
São as jovens Senhoras da terceira idade
- Cujo vôo na quietude nem sequer ressoa,
Lembrando com saudade da sua mocidade.
Ontem, no fulgor da trepidante juventude
E já esquecida então de sua frágil infância,
Na sua visão pouco importa a inconstância
Se agora envelhecer será sua maior virtude.
Indefinidas já não são mais suas esperanças
Ao se ver as importunas gelhas em suas faces
- Marcas indeléveis das frágeis lembranças,
E para as quais agora não há mais disfarces.
Mas não seja tormento o que lhes restar de vida
- Pois se a matéria é da alma apenas a moldura,
Que se preserve até na mais descrente criatura
A graça de não deixar a alma ser exaurida.
Na memorável noite em que pude conhecê-las
- Tal qual virgens, que mesmo sem grinalda e véu,
Cingia-lhes a fronte o diadema de estrelas
E espargia DEUS sobre elas as bênçãos do céu.
A lirial candura das senhoras da terceira idade
Em tudo se assemelha dos Arcanjos a inocência
Merecendo, portanto, a poesia como reverência,
Que este aprendiz de poeta oferece às deidades.
Fi-las o meu ramalhete tecido com flores vivas
Representando o lírio o gênio original: IARACI...
E por serem as outras flores também expressivas,
A DEUS, esse ramalhete com amor Lhe ofereci.
Mas, na minha Catedral dos Sonhos foi coroada
Como Padroeira: Mery-Clô, das flores a rainha...
E que agora em busca da perfeição caminha
Para que toda a nossa afeição lhe seja devotada.
Salve o dia 5 de agosto de 2005!
(Homenagem do autor à Primeira Diretoria eleita)
José Augusto de Oliveira
A Marinha está presente em todo o Universo:
No mar, com suas belonaves em vigilância,
E se exigido, se exausta sem menor relutância
Para que os mares sejam a senda do progresso.
No espaço, com a sua vetusta aviação naval
Irmana-se com a novel Força Aérea Brasileira;
Fraternais Águias de cuja missão rotineira
Alçam aos céus da Pátria a Bandeira Nacional.
Em terra, com a elite dos Fuzileiros Navais,
Ombreia-se com o nosso Exército glorioso
De Caxias, a exemplo de Tamandaré e Barroso,
Da Marinha os vultos para sempre imortais.
A bravura da Batalha Naval do Riachuelo
Ampliou-se nas últimas Guerras Mundiais.
Marinhas de Guerra e Mercante deram mais
E pela Pátria se excederam com desvelo.
As glórias da Pátria aos céus se elevem então
Nas asas da quase nonagenária Aviação Naval,
Pois se no passado tivera o domínio espacial,
No presente são modelos os azes da evolução.
Honras e glórias à memória de Alexandrino,
Que elevou a Marinha ao criar a Aviação Naval.
E do Rumo ao Mar e com as asas de seu ideal,
Deixou seu nome na história como o Paladino.
Nos céus, na terra, além do mar com o mesmo afã,
No seu Universo buscando a perfeição caminha
A esperança, o sacrossanto símbolo da Marinha,
Em prol da soberania do Brasil – hoje e amanhã.
Toda a Pátria espera o brado da ressurreição
No toque de alvorada das Forças Armadas,
Para vê-las com suas glórias reconquistadas
E a liberdade assegurada sem submissão.
1916 – Salve o dia 23 de agosto de 2002!
(Homenagem do autor à vetusta Força Aeronaval e à memória
do Almirante Alexandrino Faria de Alencar)
José Augusto de Oliveira
A morte do vetusto jornalista Roberto Marinho
Cobriu de pesaroso luto a própria Natureza...
E enquanto o Rio demonstrava seu carinho,
O céu em festa recebia o gênio da grandeza.
Milhões de estrelas no céu se acenderam
E o turbilhão de arcanjos da corte celestial
Saudavam o imortal, pois em sua vida terreal
Fora o exemplo para os que o conheceram
As dimensões de seu imenso império cultural
Em tudo se assemelham à sua generosidade.
Portanto, sua existência fora sempre triunfal,
Aureolada de honradez desde a sua mocidade.
Devotado ao jornalismo, que era o seu fanal,
Jamais elevou-se no pedestal da grandeza.
E fez da humildade a sua mais nobre realeza
Pela sua liderança com sentimento paternal..
Suas ações foram nobres, sublimes seus ideais
Conquistando seu império somente com o labor,
Para que nesse universo todos fossem iguais:
Do humilde servidor ao mais antigo diretor.
A sua simplicidade, mesmo sendo jornalista
O fazia respeitado pelos próprios inimigos.
E pela lealdade de seus verdadeiros amigos
Seu destino sempre fora ser audaz e realista.
Eterna seja a memória do imortal jornalista
Pelo legado que para a nossa Pátria ele criou.
E por ter sido em vida o destemido idealista,
Para futuras gerações seu império ele deixou.
E se sua morte não será o fim de sua história
Também na orfandade não ficará a cultura,
Porque somente sua matéria está na sepultura...
Mas seus herdeiros hão de ampliar sua memória.
(Homenagem do autor, seu admirador menor, pelas suas excelsas virtudes
e singulares qualidades intelectuais)
A MORTE DO PAPA ENLUTOU O MUNDO, MAS
SE ENGALANOU O CÉU PARA RECEBÊ-LO
José Augusto de Oliveira
Se a morte do Papa enluta para sempre o Mundo;
Todavia, engalanou-se o Céu para recebê-lo.
E se DEUS, em Seu Reino, mais cedo quis vê-lo
Que se cubra a Terra com o luto mais profundo.
João Paulo II que recebeu o nome de João de DEUS
- Quando de sua feliz chegada ao Rio de Janeiro,
Declarou ser Carioca, portanto, também brasileiro...
Para gáudio e orgulho de todos os filhos seus.
Foi o primeiro Chefe da Igreja a sair do Vaticano
E aceitar sem restrições todas as demais religiões,
Sendo considerado da Cristandade o decano...
Respeitado e admirado por todas as nações.
Seu exemplo de vida nômade e de humildade
Deu-lhe a dimensão exata de sua existência,
Fazendo o mundo acreditar na sua santidade...
E até dos incrédulos merecesse a reverência.
João Paulo Segundo - de DEUS representante,
Se fez peregrino para exaltar de Cristo a Fé;
E sua morte deixa o Mundo neste instante
Voltado para suas exéquias na Santa Sé.
Que a morte do Santo Papa seja a redenção
- Se para o Mundo fora o símbolo da Paz
E em sua memória não se veja nunca mais
A injustiça social ser da pobreza a escravidão.
Se Jesus morreu para o bem da humanidade,
O Papa João Paulo também seguiu o exemplo
Para que então se pusesse fim à desigualdade...
Que seja o céu agora o seu sagrado Templo!
Em sua memória se exauste o Mundo em oração
E que doravante seja praticada a fraternidade...
Afim de que se conheça uma única sociedade
De pobres e de ricos formando um só coração.
Rio de Janeiro – RJ, 3 de abril de 2005
(Homenagem do autor ao Santo Papa JOÃO PAULO II)
AS VÍSCERAS NECROSADAS DOS PODERES
José Augusto de Oliveira
À mostra as vísceras necrosadas dos poderes
Maculando a imagem da soberania nacional,
Pois os que fogem ao cumprimento dos deveres
Leiloam a própria honra em troca do vil metal.
Protegidos pela imunidade e a impunidade,
A mesma justiça a sentença é que proclama
- Chaga que não se lava no mesmo mar de lama
Para que seja mais vergonhosa a iniqüidade.
Esta Pátria que já fora palco da escravidão,
Hoje é cenário em que a mesma casta imunda
Se apraz na prática sistemática da corrupção
Sem temer o espectro da infâmia oriunda.
Pouco lhe importa mergulhar no mar de lama,
Desde que se amealhe em bancos fora do país
A fortuna que com sua condição não condiz,
Mas confiante de que da justiça terão alfama
Vergonhosa ação que a nossa honra esmaga
E somente de DEUS poderá haver justiça,
Pois se os poderes são a mais aberta chaga
Haverá de prosperar a desonra que mais viça.
Também perversa é a maldade com os idosos
Que agonizam nas imensas filas do INSS...
Sofrida gente que no restar de vida padece,
Sem que haja punição para os poderosos.
Com as iniqüidades pelos poderes praticadas
Nossa Pátria se isola nos porões do submundo.
E com suas forças singulares já estioladas,
Só lhe resta a maldição pelo seu labéu profundo.
Tarje-se de permanente luto a nossa Bandeira
Pela vergonhosa prática da nefasta corrupção,
Cuja impunidade mais encoraja à nefanda ação
Dos que se aprazem com a desonra costumeira.
DO RUMO AO MAR AO INFINITO VÔO PARA A ETERNIDADE
José Augusto de Oliveira
Nesta data, no ano de mil novecentos e sete
Nascia esta hoje nonagenária Associação
Que tivera o reconhecimento e a proteção
Cuja gratidão no bronze agora se reflete.
Nascia então a primeira entidade de classe
Congregando da Marinha os graduados...
Para que no futuro então se reverenciasse
Quantos pela nossa causa foram empenhados.
E do Almirante Alexandrino, nosso Patrono,
- Sua memória que por DEUS foi glorificada,
Ficará também no bronze por nós perpetuada
Ao ser-lhe erigido ainda que singelo trono.
É exíguo apenas o espaço físico que lhe coube...
Mas sua lembrança nos corações será eterna
Como o seu lema Rumo Ao Mar, que ele soube
Praticar para exalçar sua missão fraterna
E se é no coração que mais viça sua memória,
Que enfim seu infinito vôo para a eternidade
Tenha sido para mais elevar sua notoriedade...
Porque ainda em vida conquistara a glória.
Almirante ALEXANDRINO FARIA DE ALENCAR,
A nossa Associação mais se integra à Marinha
Nesta data em que se exalça como o teu altar,
Ao reconquistar a crença que buscando vinha.
Cada coração marinheiro se fez teu sacrário,
Se fizeste da Marinha o teu sagrado templo
Em que buscamos em teu nobre exemplo
O mesmo rumo verdadeiro para o labor diário.
Do Rumo ao Mar ao infinito vôo para a eternidade
Somente de glórias se constituiu a tua história
Em que o seu prefácio se resume na saudade,
Ficando para a nossa Entidade a tua memória.
Salve o dia 29 de dezembro de 1997.
Homenagem do autor e da Associação dos Suboficiais e Sargentos da Marinha a seu Patrono e Protetor – ALMIRANTE ALEXANDRINO FARIA DE ALENCAR.
FLOR DO MAL AO INVÉS DE FLOR DE LIS
José Augusto de Oliveira
Eu que julguei fosses tu a singela flor de Lis
- Por tuas mitomanias aplicadas com maestria,
Felizmente tua máscara bem mais cedo cairia
E eu, mesmo enganado, quisera ver-te ser feliz.
Sequer pensaste que a mentira é a flor do mal
E que a verdade cedo ou tarde sempre aparece.
Agora, nem mesmo compaixão não se oferece
A quem se deixou ser comparada com o chacal.
E eu que pensara como verdadeira filha tê-la
- Envergonhado, todavia sem querer julgá-la,
Desejo que o seu destino possa modificá-la
E como a flor de Lis ainda possamos vê-la!
Pelo bem que eu te quis, meu coração perdoa...
E mesmo amargurado de ti tenho compaixão.
E ainda que nunca cicatrize a tua ingratidão,
O desejo de vingança agora somente esboroa.
Faze tu mesma um exame de tua consciência
E ficarás sabendo que não foste injustiçada,
Pois de há muito estavas sendo observada...
Portanto, avaliada tua constante ausência.
Maior castigo foi para quem muito te amou
E por ti daria a própria vida se preciso fosse...
Mas a taça de fel foi então o que me trouxe
A tua indiferença, que a ti também castigou.
OS EXCLUÍDOS OU PÁRIAS DA SOCIEDADE?
José Augusto de Oliveira
Clama aos céus justiça a perversa iniqüidade,
Qual seja a mais torpe e sórdida perversidade:
O extermínio de seres humanos miseráveis
Que sem teto dormem no chão e ao relento...
- Portanto sem abrigo e da vida já descrentes,
Famintos, maltrapilhos e da sorte excluídos
Agonia letal por já estarem enfraquecidos,
Condenados à morte por faltar-lhes alimento.
É no chão que lhes serve de improvisado leito
- Onde buscam o descanso para o arfante peito,
Que a morte os espreita na calada da noite
Para a cruel matança, cuja torpe crueldade
É a vergonha que à nossa honra esmaga
Por se constituir a mais necrosada chaga
Que o mundo civilizado já tem conhecimento
E condena essa tão perversa desumanidade.
Seres humanos pela fome à morte condenados
Enquanto os poderes vêem, de braços cruzados,
O desenvolver da cena sem que haja punição...
Talvez porque estão entorpecidos pelo poder.
Portanto, vendo-se onde a honra cambaleia,
Pois enquanto muitos não têm sequer a ceia
Os poderes desfrutam da mais completa orgia
Sem que nenhum deles cumpra o seu dever.
Se a maldita escravidão outrora fora perversa,
Todavia mais tarde a Liberdade seria reversa...
Mas nas senzalas o escravo não morria de fome
E nem todos os senhores eram assim tão cruéis
E os escravos punidos com castigos corporais
- Como se fossem eles os mais temíveis animais.
Mesmo castigados às vezes havia clemência,
Até mesmo para aqueles que fossem infiéis
O que está acontecendo nas grandes cidades
É por demais infame para a nossa sociedade
Já desacreditada por seus hediondos crimes,
De cuja impunidade resultou a corrupção...
Vergonhosa chaga que resulta o mar de lama
Que para os criminosos é o seu seguro alfama
E que mais se avulta pela total impunidade,
Se dos poderes têm a complacente proteção.
E se DEUS que tudo sabe e vê mas não os castiga,
É para que a maldição um dia também os persiga
E sejam do abutre a mais fidelíssima semelhança,
Pois já sendo vermes sejam ainda mais abjetos.
E quando no julgamento de DEUS no juízo final
Recebam a justa e merecida condenação fatal
De voltarem à vida e viverem com os excluídos...
Mas que deles sejam os seus próprios dejetos
OS HEDIONDOS CRIMES DOS PODEROSOS
José Augusto de Oliveira
Há muito os hediondos crimes dos poderosos
Clamam por justiça, ainda que esta não exista
Para o não afortunado, que por mais que insista
Jamais terá a seu favor os votos vitoriosos.
Parece que a justiça é movida pelo vil metal!...
Portanto, do infeliz a sua total descrença.
E ainda que lhe seja favorável a sentença
Nem sempre pode ser de maneira imparcial.
A justiça até pode justificar sua existência,
Mas na lei dos homens prevalece o prestígio.
E sempre que com os poderosos há litígio,
Para eles, da justiça, é sempre a benevolência.
Quisera que a justiça fosse realmente cega
Para que se limitassem os tantos conflitos!
Talvez então os fracos não vivessem aflitos
E os poderosos não insistissem na refrega.
“PARA QUE SERVE UM ALMIRANTE”?
(RESPOSTA-DESAGRAVO)
José Augusto de Oliveira
Serve para defender da Pátria a soberania,
Conquista que nos mares seria consolidada
Nas lutas em que a Liberdade fora conquistada
Com a honra dos que amam a Pátria com ufania.
Serve para imortalizar as glórias da Marinha,
Que também com os apedeutas é indulgente
Na exata dimensão do Mar e de sua gente
Afeita à guerra, mas buscando a Paz caminha.
Serve para exaustar-se no exemplo de civismo;
Da Marinha, o baluarte de suas forças vivas,
Contestando com ações nobres e decisivas
A quantos se prestam ao culto do servilismo.
Vai onde a Pátria ordena, cuja missão itinerante
Exige também da família o mesmo sacrifício...
Sem distinção, para cumprir o dever de ofício,
Desde o aprendiz marinheiro, até o almirante.
(Poema em desagravo ao Almirantado e à Marinha)
PARCERIA COM DEUS
José Augusto de Oliveira
Tal qual Jesus, também nasci em igual pobreza
E de aventuras tem sido toda a minha existência.
Todavia, jamais minha vida seria de indolência,
Embora grande parte fora mesmo de incerteza.
A minha infância, desde a idade dos oito anos,
Foi absorvida no trabalho pesado quanto rude;
Conseqüentemente, então também não pude
Prosseguir nos estudos... e mais desenganos.
Felizmente, concluíra bem o curso primário
- Que exigiu sacrifício e igual perseverança,
O necessário para alcançar mais segurança
E modificar da vida seu duvidoso itinerário.
A mão da Providência conduziu-me à Marinha:
Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará,
Quando senti que o meu destino seria o mar...
E talvez tenha sido mesmo a sorte minha.
Assim, recuperei da vida o tempo perdido
Porque em DEUS jamais perdi a crença...
E haveria enfim de receber a recompensa.
Portanto, a Ele sou eternamente agradecido.
A parceria com DEUS foi a minha salvação.
Sofri na infância e a mocidade foi trepidante
Porque a vida do marinheiro é itinerante...
Mas a velhice foi reservada para a gratidão.
PÁTRIA AGONIZANTE
José Augusto de Oliveira
DEUS, Senhor meu DEUS, que Pátria é esta
Que sua infância sobrevive da prostituição...
Miséria resultante da perversa corrupção,
Se outra alternativa de vida não lhe resta!
Que pátria é esta em que a saúde, a educação
E a segurança não são asseguradas à sua gente;
Verdadeira legião que se afigura indigente
Porque não se cumpre a inóxia Constituição!
Que pátria é esta que se vê sua gente morrer
De inanição nas extensas filas de hospitais,
Se a Constituição assegura que somos iguais!...
Mas, os poderes se aprazem em vê-la sofrer.
Que pátria é esta que os gêneros dos celeiros
São desviados para se forçar as importações
E garantir maiores lucros à elite de ladrões?...
Enquanto a pobreza agoniza em pardieiros!
Que pátria é esta que a juventude se escraviza
Aos vícios por faltar-lhe emprego e assistência,
Se dos poderes já se fez notória a total falência;
Razão por que a Pátria de há muito agoniza!
Que pátria é esta que considera a sua velhice
Como se da sociedade fosse apenas a escória!?
Portanto a maldição de DEUS há de ser notória
Até que a vergonha seja a virtude que mais vice!
Que pátria é esta em que dos seus poderes
São os autores dos mais hediondos crimes;
E de notórios bandidos perfeitos fac-símiles
Envergonhando os que cumprem seus deveres?!
Que pátria é esta que dispondo em seu chão
Espaço para mais de trinta grandes nações,
Sua gente miserável se amontoa em lixões?!...
Portanto, vergonhoso vê-la na flagelação.
Que pátria é esta cuja moeda é desvalorizada
Para elevar o dólar, pois na perversa conversão
Enseja as negociatas e também a corrupção...
E a impunidade nas transações é assegurada!
Que pátria é esta cujas três Forças Armadas
Foram discriminadas pelo poder central
Faltando-lhes recursos até para o trivial,
Se suas parcas verbas vêm sendo cortadas!
Quem mais garantiu desta Pátria a soberania
Senão as Forças Singulares tão sacrificadas!
Hoje, ao vê-las pelo poder central sucateadas,
Deixa a Pátria agonizante pela vil neofobia.
Voltem as três armas a ter seus ministérios,
Se rebaixadas foram à escala de comandos
Para que a prática sistemática de desmandos
Fosse ainda mais favorável aos vitupérios.
Que pátria é esta em que os ex-combatentes
- Mesmo os mutilados, são discriminados?...
E muitos deixaram os seus lares enlutados
Para assegurar bem-estar aos sobreviventes!
Que pátria é esta que a força do poder do mal
É assegurada pelo tráfico e o contrabando,
Que de posse de armas modernas, o comando
É assegurado com a perversidade mais brutal.
Então, qual pátria já não estaria agonizante
Se atormentada por tantas iniqüidades!...
E seus poderes fossem de iguais nulidades
E a sociedade de consumo também farsante!
Infância, juventude e velhice abandonadas,
Que resta para a formação de uma sociedade
Em que se respeite o direito de igualdade,
Se a Constituição e outras leis são ignoradas?
Esta mesma Constituição por vezes alterada
Para garantir interesses de legisladores,
Premiaria, com ônus ao tesouro, os traidores
Cuja honra fora então por preço vil leiloada.
Maldita seja a traição de maus parlamentares!
Mas não esmoreça a Pátria nessa luta insana
Se nos encoraja ver a nossa Pátria soberana
Pelo exemplo de renúncia audaz dos militares.
Ainda ver-se-á repetirem-se os mesmos brados
De ressurreição desta Nação... sempre vitoriosa,
Em que a participação dos militares foi valiosa...
Portanto, por justiça voltem a ser considerados.
Terra, Céu e Mar no Pavilhão representados
Em destaque a legenda Ordem e Progresso;
E o firmamento representando no Universo
A tua grandeza, talvez nos faz mais cobiçados.
Abençoado seja então por DEUS o nosso chão,
Nosso céu, nossas matas e os infinitos mares
Que se transformam em cadeias de altares
Para exaltar por nossa Pátria amor e devoção.
Que a impunidade deixe de ser a maldição!
Exaustemo-nos em preces sem esmorecer
E nossa Pátria poderosa e feliz há de ser,
Desde que para os criminosos haja punição.
Taças em brindes à justiça sejam erguidas
Para encorajá-la a cumprir sua árdua missão...
E condenar também o próprio chefe da nação
Pelas muitas injustiças por ele já cometidas.
Sacrossanto e excelso Pavilhão Nacional,
Não sejas desfraldado em tíbios ambientes
De vilões, de traidores e de subservientes.
Para que desta Pátria sejas sempre o fanal!
PEDESTAL VAZIO
José Augusto de Oliveira
O pedestal que fora de minha musa está vazio
Como vazia há de ficar também a minha vida...
Todavia, jamais haverá de ser esquecida
Quem vai deixar o meu viver sombrio
E esse pedestal era o meu próprio coração,
Que por ser olvidado se declara vencido
Por não suportar o que já tem sofrido...
Talvez sendo mais cruciante a ingratidão.
Dar-lhe-ia, se exigido, até tudo de mim
Para ver em seu semblante o sorriso.
Entretanto, agora, esquecê-la é preciso,
Vendo a última ilusão chegar ao fim.
Não haverá escolha para outra musa
E nem deixarei de ser seu amigo...
Mas essa mágoa há de ficar comigo
Por saber que foi cruel a sua recusa.
PELA LIBERDADE... A PRÓPRIA VIDA
José Augusto de Oliveira
Ao serem tingidos de sangue os nossos mares
- Em covardes ataques a indefesos navios,
Aceitou a Pátria do inimigo os desafios
Combatendo-o os nossos bravos militares.
Nos mesmos mares a Marinha se fez presente...
E a FEB iria lutar em solos estrangeiros;
Combatia-se o inimigo tirano e prepotente
Com a bravura de soldados e marinheiros.
Glórias para a valorosa Marinha Mercante,
Que se fazia ao mar sem escolta armada
- Não temendo nem sequer a fatal cilada,
Se sua presença nos mares era relevante.
E a FAB, que desafiava os intensos nevoeiros
- Da Pátria mais alto elevando sua soberania,
(Tal qual o fizeram soldados e marinheiros,)
Sua legenda “Senta a Pua” na memória ficaria.
A vitória conquistada pelos ex-combatentes
Resultou para o Mundo livre plena liberdade.
Todavia, em nossa Pátria, há desigualdade,
E seus heróis se assemelham a indigentes.
Os mutilados... o foram por atos de bravura
Na luta em que sem sempre vence o mais forte;
E às vezes a morte é preferível à tortura...
Mas são “heróis” os que vencem no esporte.
O Dia da Vitória, para nós, será funesto,
Porque se lutamos pelo ideal de liberdade
- Oferecendo à Pátria o vigor da mocidade,
Nem seria preciso fazer-se uso do protesto.
Que o silêncio lembre os que não voltaram,
Sem toque de alvorada no DIA DA VITÓRIA...
Pelo menos eles das injustiças se livraram,
Sem a mágoa de verem que a luta foi inglória.
Salve o dia 8 de maio de 1995 - Dia da Vitória!
(Cinquëntenário da Vitória da II Guerra Mundial)
PERFEITO MANEQUIM, ABSTRATO PARA MIM
José Augusto de Oliveira
O perfeito manequim que se afigura em minha visão,
Mesmo verdadeiro, todavia, é abstrato para mim;
É como se fora um horizonte que não tem fim...
Mas que insisto em vê-lo com toda a devoção.
Não foi obra de escultor, porem da mão de DEUS
Com poder até de escravizar quem o admira,
Pois seria pretensão merecer os encantos seus...
Embora me enfeiticem os seus olhos de safira.
Melhor seria que fosse o mais distante astro
E não pudesse nunca por ninguém ser visto,
Se sabendo de sua existência vê-lo insisto,
Mesmo que não possa lhe seguir o rastro.
Quisera que essa visão fora apenas devaneio
Para não ousar sequer ser seu admirador
- E ter que suportar o suplício do anseio,
Porque seria sacrilégio pensar em amor.
Quando o vejo em seu porte quase divino
Loucuras não faço, e mesmo se as fizesse
Seria para quem bem mais as merece
- Eu mesmo, já condenado pelo destino.
Mas não quero o restar de vida como esmola,
E aceito o castigo de ser escravo do manequim
Cuja indiferença sua meu viver mais estiola...
Porém não quero que seja esse o meu fim.
E na catedral de sonhos deste pretenso poeta,
Ergueria então o altar para o divino manequim
E ser deste mortal mesmo o princípio de seu fim,
Porquanto, por ser mulher já se fez predileta.
Se a vida se resume na eternidade do momento,
Que importa minha existência seja abreviada,
Desde que você jamais saia do meu pensamento...
Pois tendo o mundo, sem você não teria nada!!!
POEMA À FRAGATA "BOSÍSIO"
José Augusto de Oliveira
Qual formosa musa que inspira o mortal vate,
A Fragata "Bosísio" é dos mares a real sereia
Que mesmo nas tormentas do perigo não receia,
Se afinal o seu mister será sempre o combate.
Quem conheceu o vulto cujo nome é o mesmo seu,
Haverá então de para sempre também exaltá-la
E a quem coube a honra de primeiro comandá-la...
Privilégio do qual se orgulha quem a mereceu.
A mesma imponência que altaneira ostenta
É resultante do seu augusto nome de batismo,
Que há de se repetir com supremo ufanismo
Se no mar o desafio acaso seja da tormenta.
De sua geração é a expressão da realeza,
Para quem o mar será a modesta passarela;
E no seu mister sua presença mais se revela
Pelo seu porte singular, natural da realeza.
E já que eu não posso integrar a sua guarnição,
Quisera ser apenas as cicatrizes de ferrugem
Que no seu costado inevitavelmente surgem...
E se removidas, repetir-se-iam com obstinação.
Ao Capitão-de-Mar-e-Guerra Sérgio Lima Duarte
- Primeiro comandante da majestosa fragata,
A Marinha ser-lhe-á eternamente muito grata...
Se dentre tantos outros é o distinto baluarte.
* * * * *
(Homenagem do autor ao Comandante, Oficialidade e
Guarnição da imponente Fragata "Bosísio")
POEMA À MESTRA
José Augusto de Oliveira
Mestra - da criança também mãe na escola,
Dedicando-se ao aluno como se fora o filho...
Sem jamais temer seja qual for o empecilho
Se pelo ensino, se necessário, se estiola.
Mestra - divino ser que não se rivaliza
Com o outro sublime ser: Mãe, também divina,
Porque não sendo mestra com amor ensina
Ao filho que o amor a própria vida simboliza.
Ser mestra é o sacrifício que por vocação
Faz a mulher ser devotada ao magistério,
Sem importar-lhe até mesmo o vitupério,
Que é para o mestre a sua desvalorização.
Que exemplo nobre é este da frágil mulher
Devotada à família e aos pequenos seres!...
Mesmo que multiplicando os seus afazeres,
Se sabe que é o elevado preço de seu mister.
Mestra, você que pelo ensino se consome,
Receba de seus alunos uma ingênua prece
Ou mesmo a ingratidão de quem a esquece...
Mas sacrossanto será sempre o seu nome.
Quisera ser criança, mesmo que abandonada...
- Desde que já soubesse que a vida encanta.
Reconheceria então como verdadeira santa
A mulher que pelo ensino é sempre devotada.
* * * * *
Salve o dia 15 de outubro!
MESTRA - A MAIS SÁBIA INVENÇÃO DIVINA
POEMA AO ALMIRANTE ALEXANDRINO
José Augusto de Oliveira
Este cenário bucólico que se engalana em festa,
Tem das catedrais o privilégio do seu poder divino
Por ser da Marinha o sagrado templo de ensino...
E para o qual Alexandrino o seu nome empresta.
No Centro de Instrução Almirante Alexandrino:
- Nome deste Chefe Naval - orgulho da Armada,
Seja sua memória para sempre preservada,
Se da modernidade da Marinha fora o paladino.
A nossa já vetusta e reconhecida Associação
- Da qual, por gratidão, seria ele o seu Patrono,
Deu-lhe em sua sede o justo e merecido trono,,,
E na data de seu aniversário a nossa evocação.
O mesmo ideal de Alexandrino aqui se proclama
Para se professar seu lema de: "Rumo ao mar"
Que em vida balizou sua trajetória militar,
Como se de suas glórias fosse agora a chama.
De igual tamanho de sua infinita grandeza
É hoje o Centro que tem seu augusto nome
E onde o marinheiro pela cultura se consome,
Buscando no saber, do futuro, a real certeza.
Quando a gratidão é a memória do coração,
Nem o tempo apagará a lembrança do passado
Deste vulto histórico pela Marinha consagrado.
Almirante Alexandrino - nossa eterna gratidão!
*1848 +1926
Salve o dia 12 de outubro de 1999!
(Homenagem do autor Ao Almirante Alexandrino Faria De Alencar)
POEMA AO SANTO PADRE JOÃO PAULO II
José Augusto de Oliveira
Talvez o mais deslumbrante ato de fé cristã
Que o mundo assistiu, foi o do Rio de Janeiro,
Fazendo crer que DEUS seja mesmo brasileiro
E Sua existência justificando do povo o afã.
O Panteão que se fez sacrário para o Universo,
É o que exalta a memória do bravo ex-combatente
Nacional, mostrando o valor de nossa gente
Sempre devotada ao labor para o progresso.
O Brasil se transformou em templo sagrado
E o Rio de Janeiro em seu sacrossanto altar;
O Panteão que fora o sacrário a se contemplar,
Completou o cenário vivo e ainda abençoado.
Que as bênçãos do Santo Padre peregrino
Nos afaste das injustiças e de todos os males...
E que o Dom EUGÊNIO DE ARAÚJO SALES
Seja sempre da família cristã o Pastor divino.
Abençoados os que cumprem os Mandamentos
E praticam a caridade com amor e humildade
- Exemplo que é praticado por Sua Santidade,
Defensor resoluto dos santos Sacramentos.
A salvação do Mundo se encontra no Vaticano...
Se o Sumo Pontífice é de Cristo a Semelhança
E da humanidade ainda a única esperança,
Sendo da Igreja o mais digníssimo Soberano.
Colha o Episcopado do Brasil a farta messe
De almas generosas para o celeiro de DEUS
- Pois se todos os cristãos são filhos Seus,
O perdão poderá ser obtido através da prece.
Que as visitas históricas do Papa a este País
Sejam então o marco glorioso deste milênio...
Graças ao merecimento de Dom Eugênio,
Que mais uma vez fez sua gente ficar feliz.
Rio de Janeiro - RJ, 5 de outubro de 1997.
(Singela homenagem do autor ao Papa JOÃO PAULO II e ao Cardeal
Dom EUGÊNIO DE ARAÚJO SALES - Arcebispo do Rio de Janeiro)
POEMA PARA A DEIDADE TRISTE
José Augusto de Oliveira
Tanto mais me encanta a tua beleza
Se são nobres tuas virtudes sem vaidade,
Que as vejo como se foram da divindade,
Embora em ti haja um misto de tristeza.
O fascínio de teus olhos tem a realeza
E o teu sorriso o poder de conquistar.
Quisera poder livrar-te dessa tibieza
Para ver mais brilho no teu meigo olhar.
Não importa seja por mim a tua indiferença
Se não crês ainda na minha sinceridade;
Mas com devoção será por ti a minha amizade,
Ainda que de ti receba a fatal sentença.
Dá-me o teu olhar, mas, não por piedade,
Ainda que se revele a tua ingratidão...
E quando souberes que te amo de verdade
Terás então também a minha veneração.
POETA, SIMPLESMENTE PREPOSTO DE DEUS
José Augusto de Oliveira
Poeta, de DEUS simplesmente o Seu preposto,
São eles, portanto, da Poesia os aprendizes
Colorindo a divina Arte com todos os matizes
Para dar-lhe a perfeição do seu bom gosto.
Permitido lhes são os excessos da imaginação,
Mesmo que sendo visão de seus devaneios
Ou apenas consolo para dissimular os anseios
De vingança, quando abatido pela ingratidão.
Ainda que o poeta mereça o virtual atributo,
Deve considerar-se apenas privilegiado
Para no pedestal da humildade ser elevado
E agradecer a DEUS por ser da alma o culto.
Se somente DEUS é o verdadeiro e único Poeta
- E em Seus Mandamentos nos ensinou a amar,
É próprio, mesmo do pretenso poeta... perdoar
Até quem só por vingança seu ódio manifesta.
Ainda que seja eu apenas da Poesia o aprendiz,
Todavia bem reconheço a minha imperfeição;
E se só agora foi eleita a musa pelo coração
Foi pensando que mais ninguém me faria feliz.
Mesmo o pretenso vate que não tem sua Musa
É como se no Universo não houvesse Astros
Resplandecendo no céu seus luminosos rastros
Para que na terra a sombra da noite se reduza.
Então, sem profanar de DEUS a Sua divina Musa
Fi-la também minha e dela sou o seu fiel devoto...
E sua beleza é tanta que contrastar então eu noto
Com a mais brilhante estrela cuja luz se difusa.
DEUS, se Sois Vós o único Poeta do Universo,
Perdoai, Senhor, a pretensão deste mortal vate...
E se todos os demais pecados já me perdoastes,
Hei de exaltar o Vosso Nome em prosa e verso.
PORTEIRO - O ANJO DA GUARDA DAS RESIDÊNCIAS
José Augusto de Oliveira
Veja no Porteiro o anjo da guarda de seu lar
- Se convive com seus familiares no dia-a-dia,
Merecendo tratamento com a mesma simpatia
Com a qual diligencia para melhor se revelar.
Na sua humildade se conduz com reverência...
Excedendo-se em respeito e amabilidade.
É modesto servidor, mas o amigo de verdade
Que não deixa, jamais, de dar-lhe assistência.
Na escala de trabalho o descanso é limitado
E o serviço noturno exige mais sacrifício...
Entretanto ele até se orgulha do seu ofício,
Que apesar do sacrifício não o deixa fatigado.
Mesmo na sua hora de descanso é prestativo
Não se negando a executar qualquer serviço.
Portanto, é o seu anjo da guarda submisso,
Que merece mais reconhecimento e incentivo.
PRECE MARINHEIRA
José Augusto de Oliveira
DEUS, Senhor meu DEUS, Criador do Universo,
Protegei a gloriosa MARINHA DO BRASIL
Que nos mares lutou e venceu o inimigo hostil,
E cujo vigor de sua bravura mais se avulta
No exemplo de civismo que orgulhosa ostenta,
Lembrando os mártires que na luta sangrenta
Se imolaram pela soberania de sua Pátria
Desafiando o perigo que no mar se oculta...
Protegei e inspirai os nossos Chefes Navais
Para bem conduzirem os destinos da Marinha
Que nos mares, na guerra e na paz, caminha
Desfraldando nos penóis o sagrado Pavilhão,
Agitado e envolvido pelo vento que vagueia
Ou pela brisa enternecida que o galanteia,
Em permanente e sacrossanta reverência,
Por ser o mar dos heróis marujos o panteão.
Nesta ingênua e reverente prece marinheira
Suplico a DEUS que proteja os nossos mares...
E sejam as suas vagas cordilheiras de altares
Que elevem aos céus do marinheiro as preces,
Movidos pela fé, que preserva a disciplina
Na exata dimensão da gola azul que fascina,
Símbolo da Marinha, que amamos com ufania.
MARINHA! A Pátria ainda mais tu engrandeces!
(Homenagem do autor ao Exm° Sr, Vice-Almirante CARLOS AUGUSTO
V. SARAIVA RIBEIRO – Comandante-em-Chefe da Esquadra Brasilei-
ra – Sentinela permanente de nossos mares, onde o céu se debruça para
proteger com o Símbolo do Cruzeiro do Sul os vigilantes desses mares).
MARINHA DO BRASIL – FEMININO DE DEUS!!!
P R O F E S S O R A
José Augusto de Oliveira
Das profissões exercidas pela sociedade,
Talvez a de professora seja a mais divina
Se praticada com devoção e sem vaidade;
Além do civismo, amor por quem ensina.
Como fora respeitada no passado já distante
A figura sacrossanta da mulher professora!...
E a sociedade, da honrosa classe a defensora,
Exaltando seu valor na formação do estudante.
Tal qual a mãe que se exausta pelo filho,
É a professora no exercício da nobre missão
Irradiando do saber o mais intenso brilho,
Que do livro reflete o seu mágico clarão.
No dever maternal, do filho é precursora
Preparando-o no regaço para a vida escolar
- Exemplo para a juventude nela se inspirar,
Pois de igual batalha já fora ela vencedora.
Qual ramalhete tecido com perseverança
Com flores colhidas no vergel da Natureza,
Se afigura a mestra, que por sua semelhança
Ao arcanjo, se destaca pela sua grandeza.
Ser mulher, esposa, mãe e também professora
É privilégio que somente DEUS pode conceder
A quem com devotado amor reparte seu saber
- Ao filho ou ao aluno... se deles é a protetora.
* * * * *
Salve o dia 15 de outubro!
* * * * *
Homenagem do autor à Professora pelo
transcurso de seu dia.
A PROSTITUTA
José Augusto de Oliveira
Se profanaste o ventre que gerou o filho teu,
Te assemelhaste à mais pérfida prostituta...
E tanto quanto mentirosa, foste mais astuta,
Mas não lastimes o fado que te aconteceu.
Se a tanto o vício cedo te levou à luxúria
Não culpes o destino, se a escolha foi tua...
A menos que a orgia fosse o prazer da rua
- Ou então tua existência sempre fora espúria.
Soubeste com cinismo representar a cena
Que até o mais céptico deixou-se enganar...
E comovido somente quis apenas te ajudar!
Agora de ti, sem rancor, se avulta a pena.
Ao invés de mãe, que nome merece a prostituta
- Se o exemplo foi o da própria Mãe de Jesus!...
Portanto, conduz até ao calvário tua própria cruz
Para que um dia te envergonhes de tua conduta.
QUANDO O BRONZE VALE MAIS QUE O OURO
José Augusto de Oliveira
Há de ter o bronze mais valor que o ouro
Por insculpir o nome excelso e consagrado
Da novel Academia de Maricá - esse tesouro,
Monumento à Cultura, no bronze eternizado.
Esse mesmo bronze se faz agora sacrossanto
Por exalçar o nome de AYRTON PERLINGEIRO,
- Dessa mesma Academia o seu gênio pioneiro
Que se exausta para dar-lhe mais encanto.
Preserve-se no bronze a memória à Cultura
Que em Maricá sua existência se bendiz,
Bem como o labor de devotada criatura
Que é a vida da Academia , cujo nome é TAÍS.
Abençoada seja então a tua data histórica;
E que no bronze se perpetue também a memória
Dos que se fizeram o proêmio da tua história,
Notadamente os que são dotados de retórica.
DIVINAL POESIA PARA ANGELICAL CRIATURA
José Augusto de Oliveira
Dentre tantas poesias seja esta a mais divina
- Se fora feita em louvor à angelical criatura,
Que além de sua beleza e singular ternura
Resplandece sua pureza ainda cristalina.
Símbolo de bondade cuja expressão de santa
Fez-me ser talvez o seu mais devotado servo,
Amizade que com sacrossanto amor conservo
Se sua fibra de mulher é o que mais encanta.
Na sua simplicidade de esposa amantíssima,
Encara seu dever de mãe com acendrado amor
Exaustando-se com orgulho no seu árduo labor,
Podendo comparar-se com a Virgem Santíssima.
Sua vida se resume na mais perseverante luta
Sem se deixar vencer pela natural fadiga.
E se de todos é a verdadeira e sincera amiga,
Receba esta homenagem que se lhe tributa.
Hei de sempre devotar-lhe o merecido culto
Como se fora a minha Catedral de Sonhos
Onde recordando meus momentos tristonhos
Adormecesse sufocado pelo último singulto.
Sinto já chegando ao fim a longa caminhada
Vendo chegar então o fim da minha existência.
Mas, em vida faço-lhe esta justa reverência
Para que saiba que a vida se resume em nada.
*****
Nenhum comentário:
Postar um comentário