sábado, 30 de setembro de 2017

HIPÁTIA DE ALEXANDRIA

HIPÁTIA DE ALEXANDRIA 



Foi num contexto de disputas religiosas. Com a divisão do império em 364 d.C., Alexandria passou a integrar a banda oriental, sendo o palco constante de disputas entre cristãos, judeus e pagãos. Que nasceu Hipátia, filha do último membro conhecido do Museu, o matemático e astrônomo Téon. Alguns dos escritos de Téon ainda existem, como seus comentários à obra de Euclides, Os Elementos. Até o século XIX, a cópia desse clássico contendo as anotações de Téon era a única versão conhecida acerca desse trabalho de geometria.

A data exata de seu nascimento permanece no campo das especulações: enquanto alguns pesquisadores sustentam que ela veio ao mundo em 370 d.C, os historiadores afirmam que isso aconteceu vinte anos antes, em 350 d.C. 

A identidade de sua mãe é um completo mistério.

Segundo os registros, Hipátia era uma mulher extraordinária para o seu tempo. Ela não fora criada por Téon de acordo com o papel atribuído às mulheres na tradição grega, que segundo o historiador Slatkin estava “concentrado nas necessidades domésticas e da família. As mulheres cuidavam das crianças pequenas, dos doentes e preparavam os alimentos." 

Em contrapartida, Hipátia trilhou um caminho costumeiramente feito por homens, como o seu pai. 

Hipátia, logo se tornaria independente da tutela paterna, fazendo seus próprios comentários a obras importantes de pensadores e ensinando em sua casa para vários alunos. De acordo com uma carta escrita por um deles sobre as aulas de Hipátia, os ensinamentos da filósofa incluíam a como projetar corretamente um astrolábio, espécie de calculadora astronômica portátil utilizada até o século XIX. Além dessas áreas, Hipátia logo ganhou fama como pensadora da Escola Neoplatônica de Alexandria. Um de seus alunos, Sinésio, se tornaria um bispo da igreja cristã, famoso por incorporar os princípios do neoplatonismo à doutrina da Trindade. As palestras públicas de Hipátia, logo começaram a atrair a atenção popular. Vestida em sua túnica, ela fazia “aparições em torno do centro da cidade, expondo-se em público para aqueles que queriam ouvir sobre Platão e Aristóteles”, conforme escreveu o filósofo Damáscio após a morte dela. Hipátia, logo se tornou um alvo fácil para os cristãos. Uma vez que suas pregações públicas acerca de uma filosofia não-cristã como o neoplatonismo eram contrárias à doutrina religiosa, que também condenava suas atividades como filósofa, matemática e astrônoma, seu destino estava selado.

Em algum dia do ano de 415 ou 416 d.C., os pedestres que caminhavam pelas ruas da cidade de Alexandria, no Egito, observavam uma cena que hoje, para nós, pode parecer chocante, mas que naquele período talvez fosse algo comum: uma mulher era abordada em sua carruagem por um grupo de homens, que a arrastaram para dentro de uma igreja, onde ela foi despida e depois apedrejada até a morte. A turba de zelotes era encabeçada por Pedro, mais conhecido como O Leitor. Após a morte da vítima, os assassinos esquartejaram seu corpo e então o queimaram.

Hipátia, é hoje considerada uma das mais importantes mulheres filósofas, e um símbolo do Feminismo.

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