MUSSUM E OS ORIGINAIS DO SAMBA
Pesquisa: Aroldo Historiador
Bem, estamos acostumados a lembrar do Mussum como humorista integrante de "Os Trapalhões", mas ele também foi músico participante da banda "Os Originais do Samba"
Quem conheceu essa faceta relembrará, quem não conheceu, conhecerá agora na Coluna Clio.
(fonte da foto acima, Jair Rodrigues com Os Originais do Samba: http://oglobo.globo.com/cultura/veja-imagens-da-carreira-de-jair-rodrigues-12419917)
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BIOGRAFIAS
http://www.seuhistory.com/biografias/mussum
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http://culturabrasil.cmais.com.br/playlists/mussum-o-rei-do-reco-requis
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(fonte da foto acima, Jair Rodrigues com Os Originais do Samba: http://oglobo.globo.com/cultura/veja-imagens-da-carreira-de-jair-rodrigues-12419917)
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BIOGRAFIAS
(07-04-1941 - 29-07-1994)
Destaca-se em: Humor, Samba
Origem: Brasil
O comediante, ator e sambista Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum, foi um integrante do quarteto Os Trapalhões por, aproximadamente, 20 anos. Ele gravou quase 30 filmes com o grupo e também participou de várias atrações televisivas ao longo de sua carreira. Mussum nasceu no dia 7 de abril de 1941, no Rio de Janeiro e morreu 29 de julho de 1994, em São Paulo, aos 53 anos.
"MINHA VIDIS É UM LITRO ABERTIS."
Mussum vem de família humilde. Nasceu no Morro da Cachoeirinha, na zona Norte do Rio de Janeiro. Estudou em colégio interno e serviu na Força Aérea Brasileira, onde chegou a ser cabo. Neste tempo, tocava reco-reco no grupo Os Modernos do Samba, dando início à carreira artística. Ele também alfabetizou sua mãe.
Originais do Samba
"TRAIS MAIS UMA AMPOLA!"
Antes de virar comediante, Mussum fez sucesso na TV nos anos 70 com o grupo Os Originais do Samba, caracterizado pelas roupas coloridas. A carreira de Mussum como humorista começou em 1965, no programa humorístico Bairro Feliz, da TV Globo.
Neste show, conta-se que Grande Otelo teria dado o apelido de Mussum ao comediante, uma referência a um peixe escorregadio e liso, que consegue facilmente sair de situações embaraçosas.
Os Trapalhões
SÓ NO FOREVIS!
Após recusar alguns convites, Mussum, finalmente, aceitou participar de Os Trapalhões em 1973, convencido pelo amigo Manfried Santanna, o Dedé Santana. Nessa época, eles ainda eram um trio, pois Zacarias ainda não fazia parte do grupo – ele entraria no ano seguinte.
Mussum é considerado por alguns fãs como o mais engraçado de Os Trapalhões. Ele ficou conhecido por adicionar as terminações "is" ou "évis" em palavras como forévis e cacíldis, e também pelo seu "mé", gíria que usava para falar de cachaça. O conselho sobre a terminação das palavas foi do comediante Chico Anysio. Quando ainda não se considarava um humorista, Mussum fazia participações na Escolinha do Professor Raimundo.
Por conta dos constantes compromissos com Os Trapalhões, Mussum deixou os Originais do Samba quando o programa foi para a Rede Globo, mas não se afastou da indústria musical. Ele gravou discos com Os Trapalhões e um álbum solo dedicado ao samba.
Anos finais
SUCO DE CEVADISS DEIXA AS PESSOAS MAIS INTERESSANTIS.
Mussum colaborou com vários projetos sociais nos anos 80 e 90, como a doação de um consultório odontológico para a Comunidade do Morro da Mangueira.
Ele morreu em 29 de julho de 1994, em São Paulo, aos 53 anos, após complicações por conta de um transplante de coração. Certamente deixou muita saudade, e suas piadas e tiradas são lembradas até os dias de hoje. Em julho de 2014 foi lançada a biografia do comediante, “Mussum Forévis”.
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Mussum, o rei do reco-requis
Antes de se consagrar como humorista, Antônio Carlos fez história como ritmista, cantor e compositor. Seleção reúne peças de diferentes fases de sua carreira musical
Alceu Maynard 09/04/12 12:00 - Atualizado em 28/02/14 20:33
Os Originais do Samba, com Mussum ao centro esmirilhando o reco-reco em 1972. Com o grupo, participou da gravação de 12 LPs e ganhou três discos de ouro. (Armando Borges / CEDOC FPA)
Sentado no bar, Mussum cantarola trecho de “Lá no morro”, de Almir Baixinho, Dona Fia e Marujo, gravada pelo grupo Fundo de Quintal. Mal termina, dirige-se ao garçom e tenta convencê-lo armar uma “pindureta” (vender a fiado) para a mesa, já repleta de “ampolas diuréticas” (garrafas de cerveja). Sem sucesso, Mussum e seu colega são arrastados do bar por um policial. A cena se passa no humorístico Os Trapalhões em pleno horário nobre dominical do maior canal de TV do país, poucos anos após o fim da ditadura militar.
Assistido predominantemente por crianças, o quadro hoje soa politicamente incorreto. Mas sem entrar nesta discussão, a verdade é que Mussum é o carismático personagem do músico, cantor e compositor Antônio Carlos Bernardes Gomes. O apelido do atrapalhado boêmio dos morros cariocas que não perde uma oportunidade de demonstrar sua habilidade no batuque de mesa e não recusa um gole de mé (cachaça) é dado por Grande Otelo, em referência a um peixe sem escamas, liso e ligeiro como as “sacadas” do ator.
Na juventude, Antônio Carlos estreita sua relação com o samba por meio de sua escola de samba do coração, a Estação Primeira de Mangueira. Observador, pesquisa o jeito malandro e gozador dos colegas. Muito estimado pela comunidade, passou de “Carlinhos da São Francisco” para o “Mumu da Mangueira”. Em depoimento ao documentário “Retratos brasileiros” (1998), do Canal Brasil, dirigido por Sérgio Rossini, Dedé, um dos colegas Trapalhão afirma: “Ele fazia muitas coisas pela Mangueira. Chegou trocar o cachê porque eles precisavam de um consultório de dentista”.
Disciplinado, herança dos oito anos em que serve a Força Aérea Brasileira, Antônio Carlos dedica-se ao reco-reco, enquanto participa da Caravana Cultural de Música Brasileira, de Carlos Machado: “Nunca vi ninguém tocar reco-reco como o Mussum! Ninguém tinha aquele suingue, só ele”, conta a cantora Alcione para o mesmo documentário.
Na década de 1960, Antônio Carlos junta-se a outros músicos amigos, a maioria ritmistas, e forma o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba. Em 1962, fazem sua primeira excursão ao exterior: passam sete meses no México como Los Siete Diablos de la Batucada: “Passamos é fueme mesmo! A gente falava é cueca-cuela, ensaladis”, relembra Antônio Carlos ao lado dos companheiros Bidi, Chiquinho, Bigode, Rubão e Lelei em entrevista ao programa MPB Especial, daTV Cultura, em 1972.
Logo a sorte do grupo muda. Em 1968, o produtor Solano Ribeiro sugere o grupo para se apresentar ao lado de Elis Regina na "I Bienal do Samba", interpretando "Lapinha", de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro. A música vence o festival e Os Originais são contratados pela gravadora RCA Victor. Do primeiro, homônimo, desponta o sucesso "Cadê Teresa", de Jorge Ben.
Tentando fixar o grupo em São Paulo, Antônio Carlos pede ajuda a Jair Rodrigues. O cantor apresenta os sambistas para seus empresários, a dupla Venâncio e Corumba, que os colocam em seu casting. Logo, Jair inicia uma série de shows ao lado d'Os Originais do Samba: “Nos tornamos grandes amigos. Eu estava sempre na casa deles, e eles na minha. Inclusive, ele (Mussum) botou até um apelido em mim, que era “Zé da Zona”, porque a gente ia para as cidades fazer show e, depois para a noitada. Ele me chamava de Zé. Daí ficou 'Zé da Zona', diverte-se Cachorrão.
“O prazer dele era dar um porre no cara, vê-lo sair de quatro da casa dele, ver o cara ficar doidão”, afirma outro companheiro musical e de noitadas, Jorge Aragão, ao documentário “Retratos brasileiros”. Com Os Originais, Mussum grava o Aragão em 1977 e, posteriormente, três vezes em carreira-solo, dividindo a autoria em duas: “Paz e humor” e “Madureira Vaz Lobo e Irajá”, em ambas também com Neoci.
Carismático e bem-humorado nos palcos e nos bastidores, Mussum chama atenção dos comediantes profissionais. Em 1969, participa do programa de Chico Anysio. É o veterano colega que sugere a Mussum acrescentar as terminações "is" ou "évis" na palavras, que se torna sua marca registrada. Ao assistir ao programa, outro humorista, Renato Aragão, enxerga em Mussum o tipo ideal para integrar um novo projeto que elabora para a TV Excelsior: “Eu queria gente que nunca tivesse feito televisão, mas que tivesse experiência. Era difícil isso!” comentou o criador de Didi Mocó. Convencido pelo comediante Dedé Santana, o sambista concorda em participar do trio que logo migra para a TV Record e ganha o quarto integrante, Zacarias.
Mas a música é prioridade de Mussum, que se sente muito mais um “tocador de reco-reco” que humorista, mesmo considerado por muitos como o mais engraçado do grupo trapalhão. Sendo assim, os anos de 1970 são produtivos para Os Originais do Samba, que lançam mais de dez álbuns e uma coletânea. Com repertório variado, em Samba é de lei (1970) gravam Jorge Ben, Silvio César, Roberto e Erasmo Carlos, e Nelson Cavaquinho.
Dois anos depois, lançam O samba é a corda, os Originais a caçamba, álbum que engata o maior sucesso do conjunto, "O lado direito da rua direita", de Luis Carlos e Chiquinho. Acompanham artistas consagrados como Chico Buarque, Toquinho e Vinicius, Paulinho da Viola, Elza Soares, Elis Regina, Jorge Ben, Martinho da Vila, e o amigo Jair Rodrigues, e se tornam o primeiro conjunto de samba a se apresentar no Teatro Olympia, em Paris.
Mesmo com a popularidade nas alturas, Mussum não perde a humildade e simplicidade de Antônio Carlos, e continua sendo “mais um” dos seis integrantes d'Os Originas do Samba, cantando com vocais em uníssono. “Ele era uma figura muito dada, simples, tratava bem todo mundo que chegava nele... Ali, nos Originais, não tinha um só que mandava; todos os componentes eram os líderes”, disse Jair Rodrigues.
Em 1974, sempre com a eclética receita de bom humor nas letras e arranjos que passeiam entre algumas vertentes do samba, gravam o álbum Pra que tristeza, que apresenta "Tragedia no fundo do mar (Assassinaram o camarão)" e "Complicação", composição de Mussum, Bidi e Luis Carlos. Depois do sucesso da maliciosa "A dona do primeiro andar", parecem aderir ao universo do colega trapalhão e gravam O aniversário do Tarzan, LP em que a capa traz os integrantes fantasiados de personagens de histórias em quadrinhos.
O sucesso de Mussum nos Trapalhões começa atrapalhar a trajetória de Antônio Carlos no grupo que ajudou a formar. Em 1979, após o lançamento do álbum Clima total, o cantor e ritmista abandona o conjunto com quem gravou 12 LPs e ganhou três discos de ouro.
Começa a etapa individual na carreira musical de Mussum. Acompanhado por Almir Guineto (cavaco e banjo), Wilson das Neves (bateria), José Briamonte (piano), e outros músicos consagrados, lança em 1980 seu primeiro LP, homônimo. "A vizinha", mais conhecida pelo refrão “Pega ela, Peru!”, é o primeiro sucesso de Mussum longe de sua antiga trupe. O álbum tem participações de Márcia, Martinho da Vila e Jorge Aragão. Destaque para "Nega besta", de Arnaud Rodrigues, na qual canta com o linguajar do personagem que fez história.
Em “Um amor em cada coração”, uma composição de Vinicius de Moraes e Baden Powell, canta suave ao lado de Márcia. A faixa escolhida relembra o ano de 1968 quando Márcia e Os Originais do Samba acompanham o menestrel do violão, Baden, em álbum ao vivo, gravado no Teatro Bela Vista, em São Paulo.
Elegantemente vestido com terno branco e gravata verde e rosa, homenagem à escola de samba Mangueira, Antônio Carlos cumprimenta seu alter ego, Mussum, na capa do segundo álbum-solo, Água benta. Lançado em 1983, conta com músicos-regentes como Rildo Hora, José Briamonte, Wilson das Neves e Léo Gandelman. Na faixa título do disco, Mussum divide o partido-alto com Alcione, e em "Rio antigo" mostra sua versatilidade em uma bossa nova assinada com Chico Anysio. Ainda neste ano, grava a trilha sonora de O cangaceiro trapalhão, um dos 27 filmes do quarteto.
Três anos depois, Mussum registra seu último álbum individual. Com grande parte dos músicos do álbum anterior e mais a participação de Alceu Maia, Raphael Rabello e Arlindo Cruz, o LP traz duas composições autorais, incluindo a faixa de abertura, "Because forever", parceria com João Nogueira. Ainda em 1986, grava "Paz e humor" para a trilha sonora do filme Os Trapalhões no rabo do cometa, que ainda conta com Premeditando Breque, Grupo Rumo, Ira!, e Ultraje a Rigor.
Os próximos álbuns dos comediantes são Os Trapalhões (1987) e Amigos do peito (1991). Sabendo das dificuldades de manter a carreira-solo, Mussum propõe a Jorge Aragão formar um conjunto para tocar sem compromisso, apenas entre amigos. Seu parceiro aceita o convite, porém a ideia nunca se concretiza. Pouco depois, Mussum começa a apresentar problemas de saúde e, em 29 de julho de 1994, aos 53 anos de idade, morre em virtude de complicações após um transplante de coração.
Abaixo, trechos do programa MPB Especial com Originais do Samba na TV Cultura em 1972.
Repertório:
01. Cadê Tereza (Jorge Ben), por Os Originais do Samba e Jorge Ben (1969)
02. Vou me pirulitar (Jorge Ben), por Os Originais do Samba e Jorge Ben (1969)
03. E lá se vão os anéis (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro), por Os Originais do Samba (1971)
04. Do lado direito da rua Direita (Luis Carlos e Chiquinho), por Os Originais do Samba (1972)
05. O bem e o mal (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), por Os Originais do Samba (1970)
06. Saudosa maloca (Adoniran Barbosa), por Os Originais do Samba (1974)
07. Tragedia no fundo do mar (Assassinaram o camarão) (Zere e Ibrain), por Os Originais do Samba (1974)
08. A dona do primeiro andar (Luis Carlos e Lucar), por Os Originais do Samba (1975)
09. Maria, vai ver quem é (Monarco, Sarabanda e Cafuné), por Os Originais do Samba e Clementina de Jesus (1978)
10. Água benta (Sombrinha e Ratinho), por Mussum (participação de Alcione) (1983)
11. A vizinha (Pega ela, peru) (Paulinho Durena e Walter Moreira), por Mussum (1980)
12. Crioulo fumê (Mussum), por Mussum (1983)
13. Paz e humor (Mussum, Jorge Aragão e Nelci), por Mussum (1986)
14. Because forever (Mussum e João Nogueira), por Mussum (1986)
15. Um amor em cada coração (Baden Powell e Vinicius de Moraes), por Mussum e Márcia (1980)
16. Nega besta (Arnaud Rodrigues), por Mussum (1980) (Mús. incidental: The old fashioned way, de Aznavour e Garvarentz)
17. Rio antigo (Nonato Buzar e Chico Anísio), por Mussum e Chico Anísio (1983)
18. Filosofia de quintal (João do Cavaco e Zé Maurício), por Mussum (1986)
19. Piruetas (Enriquez, Bardotti e Chico Buarque), por Chico Buarque e Os Trapalhões (1981)
20. Lapinha (Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro), por Elis Regina e Os Originais do Samba (1968)
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- Cadê Tereza - Os Originais do Samba
- Vou me pirulitar - Os Originais do Samba
- E lá se vão os anéis - Os Originais do Samba
- Do lado direito da rua Direita - Os Originais do Samba
- O bem e o mal - Os Originais do Samba
- Saudosa maloca - Os Originais do Samba
- Tragedia no fundo do mar (Assassinaram o camarão) - Os Originais do Samba
- A dona do primeiro andar - Os Originais do Samba
- Maria, vai ver quem é - Os Originais do Samba
- Água benta - Mussum (part. Alcione)
- A vizinha (Pega ela, peru) - Mussum
- Crioulo fumê - Mussum
- Paz e humor - Mussum
- Because forever - Mussum
- Um amor em cada coração - Mussum
- Nega besta - Mussum
- Rio antigo - Mussum (part. Chico Anysio)
- Filosofia de quintal - Mussum
- Piruetas - Chico Buarque e Os Trapalhões
- Lapinha - Elis Regina e Os Originais do Samba
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Mussum
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mussum
Nome completo Antônio Carlos Bernardes Gomes
Nascimento 7 de abril de 1941
Morte 29 de julho de 1994 (53 anos)
Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum (Rio de Janeiro, 7 de abril de 1941 — São Paulo, 29 de julho de 1994), foi um músico, humorista e ator brasileiro.1 2 Como músico, foi membro do grupo de samba Os Originais do Samba, e, como humorista, do grupo Os Trapalhões.
Índice
Carreira
Mussum teve origem humilde: nasceu no Morro da Cachoeirinha, no Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio de Janeiro. Estudou durante nove anos num colégio interno, onde obteve o diploma de ajustador mecânico. Serviu na Força Aérea Brasileira durante oito anos, ao mesmo tempo em que aproveitava para participar da Caravana Cultural de Música Brasileira de Carlos Machado. Mussum iniciou sua carreira artística tocando reco-reco no grupo Os Modernos do Samba.3
Fundou o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba. O grupo teve vários sucessos. As coreografias e roupas coloridas os fizeram muito populares na tevê, nos anos 1970, tendo o grupo se apresentado em diversos países.
Antes, nos anos 1960, foi convidado a participar de um show de televisão, como humorista. De início, recusou o convite, justificando-se com a afirmação de que pintar a cara, como é costume dos atores, não era coisa de homem. Finalmente, estreou no programa humorístico Bairro Feliz (TV Globo, 1965). Consta que foi nos bastidores deste show que Grande Otelo lhe deu o apelido de Mussum, que origina-se do muçum, um peixe teleósteo sul-americano: como o peixe, Mussum era escorregadio e liso, já que conseguia facilmente sair de situações estranhas.
Em 1969,4 o diretor de Os Trapalhões, Wilton Franco, o viu numa apresentação de boate com seu conjunto musical e o convidou para integrar o grupo humorístico, na época naTV Excelsior. Mais uma vez, recusou: entretanto, o amigo Manfried Santanna (Dedé Santana) conseguiu convencê-lo, e Mussum passou a integrar a trupe em 1973. Na época, ainda era um trio, pois Zacarias entraria no grupo depois, em 1974. O grupo terminaria tornando-o muito famoso em todo o país. Mussum era o único dos quatro Trapalhões oficiais que era negro (Jorge Lafond e Tião Macalé, apesar de também negros e de atuarem em vários quadros com o grupo durante vários anos, eram coadjuvantes).
Apenas quando Os Trapalhões já estavam na TV Globo, e o sucesso o impedia de cumprir seus compromissos, é que Mussum deixou os Originais do Samba. Mas não se afastou da indústria musical, tendo gravado discos com Os Trapalhões e até três álbuns solo dedicados ao samba. Uma de suas paixões era a escola de samba Estação Primeira de Mangueira: todos os anos, sua figura pontificava durante os desfiles da escola, no meio da Ala de baianas, da qual era diretor de harmonia. Dessa paixão, veio o apelido "Mumu da Mangueira". Também era rubro-negro fanático.
O Trapalhão Mussum
Mussum foi considerado, por muitos, o mais engraçado dos Trapalhões. No programa, popularizou o seu modo particular de falar, acrescentando as terminações "is" ou "évis" a palavras arbitrárias (como forévis, cacíldis, coraçãozis) e pelo seu inseparável "mé" (que era sua gíria para cachaça). O personagem que vivia no programa Os Trapalhões tinha, como característica principal, o consumo constante de bebidas alcoólicas, em especial a cachaça.
Mussum se celebrizou por expressões onde satirizava sua condição de negro, tais como "negão é o teu passádis" e "quero morrer prêtis se eu estiver mentindo", além de recorrentes piadas sobre bebidas alcoólicas. Também criou outras frases hilariantes, que se popularizaram rapidamente, como "eu vou me pirulitazis (pirulitar)", quando fugia de uma situação perigosa, ou "traz mais uma ampola", pedindo cerveja, ou "casa, comida, três milhão por mês, fora o bafo!", passando uma cantada em uma mulher bonita, ou ainda "faz uma pindureta", pedindo fiado.
Seu personagem constantemente brincava com os outros membros do grupo, inclusive inventando apelidos divertidos (Didi Mocó era chamado de "cardeal" ou "jabá", eZacarias era chamado de "mineirinho de Sete Lagoas"). Também era alvo de gozações por parte dos demais membros do grupo, recebendo apelidos como "cromado", "azulão", "grande pássaro", entre outros, sempre ficando evidente, entretanto, que as brincadeiras e gozações eram feitas num ambiente de amizade entre os quatro, uma vez que, na maioria dos quadros do programa de tevê, os Trapalhões eram sempre quatro amigos que dividiam uma casa ou apartamento, sendo normal, portanto, que eles constantemente dirigissem gozações e criassem apelidos entre si.
Morte
Mussum morreu em 29 de julho de 1994, aos 53 anos, não resistindo a um transplante de coração, e foi sepultado no Cemitério Congonhas, em São Paulo.5 Deixou um legado de 27 filmes com Os Trapalhões, além de mais de vinte anos de participações televisivas.
Legado
Nos anos 1970 e 1980, Mussum era um dos poucos artistas negros na tevê. O humorista nunca foi esquecido pelo grande público que conquistou, permanecendo, até hoje, muito vivo e presente na memória de seus admiradores, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, tendo sido lembrado em uma série de camisetas lançadas na cidade com a imagem estilizada de Mussum e a inscrição "Mussum Forevis".
Após o Rio de Janeiro ter sido escolhido sede dos Jogos Olímpicos de 2016, vários internautas satirizaram o pôster de campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com a foto do humorista e, sob ela, a frase "Yes, we créu". Uma sátira a "Yes, we can" (sim, nós podemos), frase de campanha do presidente estadunidense. Também foram produzidas camisetas com a palavra "Obamis".
Uma rua de Campo Limpo, na cidade de São Paulo, ganhou o nome "Comediante Mussum" em sua homenagem. O Largo do Anil, em Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro, teve o seu nome mudado pelo prefeito Eduardo Paes para "Largo do Mussum". Uma famosa frase do humorista, "Só no Forévis", inspirou a banda brasileira dehardcore punk Raimundos, que utilizou a frase como título de seu álbum homônimo de 1999, bem como título da canção que abre o disco, uma vinheta em ritmo de samba.
Mussunzinho (um dos filhos de Mussum, junto com Augusto, Paula e Sandro)
Referências
Ir para cima↑ BIOGRAFIA DE MUSSUM, PARA O MUSEU DA TELEVISÃO BRASILEIRA. Visitado em 22 de fevereiro de 2011.
Ir para cima↑ globo.com (3 de março de 2010). Reedição mostra lado sambista de Mussum. Visitado em 22 de fevereiro de 2011.
Ir para cima↑ REIS, Fernanda. Biografia explora a carreira musical que Mussum largou, Folha de São Paulo, Ilustrada, E3, 6 de julho de 2014. Acesso em 6 jul. 2014.
Renato Aragão (Didi) · Dedé · Mussum · Zacarias
Os Trapalhões: Volume 1
Os Trapalhões: Volume 2
Os Trapalhões na TV
Os Vagabundos Trapalhões
Os Trapalhões na Serra Pelada
O Cangaceiro Trapalhão
O Trapalhão na Arca de Noé
Os Trapalhões e o Mágico de Oróz
Os Trapalhões (1984)
A Filha dos Trapalhões
Os Trapalhões (1987)
Os Trapalhões (1988)
Amigos do Peito: 25 Anos de Trapalhões
Os Trapalhões em Portugal
Trapalhões e seus Amigos
Televisão
Relacionados
Os Originais do Samba
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Os Originais do Samba
Informação geral
Origem Rio de Janeiro
País Brasil
Período em atividade 1960 - atualmente
Integrantes Scoob, Rogério, Kiko, Juninho, Bigode
Ex-integrantes Bidi
Bigode
Chiquinho
Coimbra/Zinho/Claudio
Lelei
Rubão
Rubinho Lima
Sócrates
Valtinho Tato
Zeca do Cavaquinho
Os Originais do Samba é um grupo brasileiro de samba formado na década de 1960 no Rio de Janeiro por ritmistas de escolas de samba.1
Índice [esconder]
História
O grupo começou a se apresentar em teatros e show, incluindo o palco do Copacabana Palace, onde realizou o espetáculo "O Teu Cabelo Não Nega".
Fixaram-se em São Paulo depois de excursionar pelo México, e em 1968 acompanharam Elis Regina na música vencedora da I Bienal do Samba, Lapinha, de Baden Powell e P.C. Pinheiro.2 No ano seguinte gravaram a música "Cadê Teresa", de Jorge Ben, que fez grande sucesso. Participaram de festivais e ganharam discos de ouro pela vendas de suas gravações, principalmente nos anos 1970, combinando o canto uníssono, a roupa padronizada e boa dose de humor.
Um dos integrantes do grupo, Mussum, sairia para formar Os Trapalhões ao lado de Renato Aragão, Mauro Gonçalves e Dedé Santana.
Completaram a formação com Coimbra (reco-reco) Zinho (da Cuica) e Claudio(surdo), em 1980,gravaram um compacto simples (mulher mulher de Jorge Ben),em 1981 um LP Eu me Rendo(Fabio Junior)e em 1983 o LP Canta meu povo Canta.
Tocaram com grandes nomes da música popular brasileira, como Alex Luiz, Armando Geraldo, Jair Rodrigues, Vinicius de Moraes e mundial, como Earl Grant.
Excursionaram pela Europa e Estados Unidos, e foram o primeiro conjunto de samba a se apresentar no Olympia de Paris.
Alguns de seus maiores sucessos são Tá Chegando Fevereiro (Jorge Ben/ João Melo), Do Lado Direito da Rua Direita (Luiz Carlos/ Chiquinho), A Dona do Primeiro Andar, O Aniversário do Tarzan, Esperanças Perdidas (Adeilton Alves/ Délcio Carvalho), E Lá se Vão Meus Anéis (Eduardo Gudin/ P.C. Pinheiro), Tragédia no Fundo do Mar (Assassinato do Camarão) (Zeré/ Ibrahim), Se Papai Gira (Jorge Ben), Nego Véio Quando Morre.
Em 1997 gravaram um CD comemorativo pelos 30 anos de carreira; em 2000 gravaram o 1° CD Ao Vivo com convidados como Almir Guineto, Carlos Dafé, Joãozinho Carnavalesco, Dhema, entre outros, tendo como sucesso a releitura de "A Subida do Morro" com a participação do Rapper Xis; em 2003 gravaram um CD focado no Sambarock regravando os principais sucessos do grupo; em 2008 com recursos próprios lançaram o CD "A Corda Arrebenta e o Samba não Cai" com 15 músicas inéditas e 2 regravações. Atualmente continuam se apresentando no Brasil.
Integrantes:
Formação original
Bidi - cuíca, voz
Chiquinho - ganzá, voz
Lelei - tamborim, voz
Mussum - reco-reco, voz
Rubão - surdo, voz
Bigode - pandeiro, voz
Segunda Formação (Original)
Bigode - pandeiro,voz
Lelei - tamborim,voz
Chiquinho - agogo,voz
Coimbra - reco reco,voz
Zinho - cuica,voz
Claudio - surdo,voz
Segunda formação
Bigode - pandeiro, voz
Zeca do Cavaco - cavaco, banjo
Gibi - reco-reco, tamborim
Sócrates - violão
Rubinho Lima - percussão
Valtinho Tato - percussão
Formação atual
Scoob,
Rogério Santos,
Juninho,
Bigode.
Ex-integrantes:
Almir Guinéto (Rápida passagem em 1979)
Armando (falecido)
Bidi (falecido)
Branca di Neve (falecido)
Bigode
Chiquinho
Coimbra - reco-reco,voz (no lugar do Mussum em 1980)
Zinho da cuica (no lugar de Bidi)
Claudio - surdo (no lugar de Branca di Neve)
Gibi (seguindo carreira solo cantando música gospel)
Vinicius - baterista
Biguinho - compositor (falecido)
Mussum (falecido)
Paulo Rogério, o Paulão - baterista (falecido)
Rubão (falecido)
Rubinho Lima - depois Sambasonic
Sócrates
Valtinho Tato
Zeca do Cavaquinho
Joãozinho Carnavalesco
Fritz Escovão
Lelei (Atualmente escritor e humorísta)
Betinho Drums
Zé Carlos (Adorno) Tecladista e Arranjador
Discografia:
Álbuns:
Os Originais do Samba (1995)RGE
Os Originais de todos os sambas (1997)RGE
Os Originais do Samba Ao Vivo (2000)Rhythm and Blues
Swing dos Originais (2003)Rhythm and Blues/Canta Brasil
A Corda Arrebenta e o Samba não cai (2008)Independente
EPs/LPs:
Os Originais do Samba (1969)RCA
Os Originais do Samba - Volume 2 (1969)RCA
Samba é de Lei (1970)RCA
Samba Exportação (1971)RCA
O Samba é a Corda... Os Originais a Caçamba (1972)RCA
É Preciso Cantar (1973)RCA
Pra que Tristeza (1974)RCA
Alegria de Sambar (1975)RCA
Em Verso e Prosa (1976)RCA
Os Bons Sambistas Vão Voltar (1977)RCA
Aniversario do Tarzan (1978)RCA
Clima Total (1979)RCA
Os Originais do Samba (1981)RCA
Canta, Meu povo, Canta (1983)RCA
A Malandragem Entrou em Greve (1986)Copacabana
Sangue, Suor e Samba (1989) Copacabana
Brincar de Ser Feliz (1992) ChicShow/Fivestar
A Vida é Assim (1994) ChicShow/Fivestar
Outros:
Show / Recital - Baden Powell - Márcia - Os Originais do Samba (1968)
Notas e Referências:
Ir para cima↑ Os Originais do Samba dicionariompb.com.br. Visitado em 16/06/2013.
Ir para cima↑ REIS, Fernanda. Biografia explora a carreira musical que Mussum largou, Folha de São Paulo, Ilustrada, E3, 6 de julho de 2014. Acesso em 6 jul. 2014.
Ver também[editar | editar código-fonte]
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Vídeos de Mussum com Os Originais do Samba:
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Vídeos de Mussum com Os Originais do Samba: